sexta-feira, 22 de junho de 2007

JUDAS

:::OUVINDO: EVANESCENCE - LITHIUM:::

Judas.
Este nome causou muitas indagações esta semana.
Sei que faz tempo que não escrevo nada aqui.
O que posso considerar uma TRAIÇÃO ao meu desejo e promessa de relatos sinceros e diários.
Mas, na verdade, não é bem por isso que este personagem tem visitado meus pensamentos esta semana.
Li um texto anônimo e muito interessante sobre esse cara que é símbolo da desconfiança.
Tão famoso quanto desconhecido.
Sim, porque, religiões à parte, poucos sabem ou se interessam pela história deste camarada.
Caráter duvidoso?
Certo ou errado?
Depende.
Relativo... como tudo na vida.

O interessante é que, durante a leitura, estava fuçando o novo álbum da Kelly Clarkson - My December - que, infelizmente, ainda não chegou por aqui.
Sim, eu confesso, baixei da internet.
Seria isso também uma traição???
De todo modo, a faixa número 07, se não me engano, tem justamente este título.
JUDAS!
E imaginem do que trata a letra?
Da arte de enganar e fazer outra pessoa se sentir um trapo.

Seria isso um sinal?
Devo ligar meu alerta neurose?
Bom, não tenho namorado. Logo, as chances diminuem.
Diminuem, mas não somem.
Tem os amigos.
Amigos também traem, sabia?
E sabe por que?
Porque são humanos.
Passíveis de tentações.
Em maior ou menor grau, ambiciosos.
Cheios de falhas, assim como eu, assim como você!
Calma, não é para desconfiar da própria sombra.
Só estou alertando.
Não que isso valha muito. Já que não importa a origem.
Quando acontece, dói e pronto

O caminho mais fácil
Nem sempre é melhor que o da dor

Aquele meu amigo virtual, mas realmente estimado, levantou uma questão interessante.
Mais precisamente sobre relacionamentos que começam por teclas.
Quer dizer, uma total raridade.
Ora, quem já tentou sabe que esse terreno é fértil.
A começar pela possibilidade de transformação.
Afinal, por trás dos cabos de fibra fica fácil mentir, aumentar.
É uma verdadeira peneira.
Do "quer teclar comigo" até o "vamos nos conhecer pessoalmente" rola uma verdadeira seleção.
Isso para os interessados em algo mais.
Mas sabemos que o comum é pular dessas etapas consideradas baboseiras para um Motel, canto escuro ou banco traseiro de um carro.
Triste, para os românticos como eu.
Bacana, para os descolados.
Real para todos.
O problema é que a malha digital é o paraíso dos indecisos.
Aqueles que falam que fazem e acontecem e acabam por demonstrar sentimentos que não têm.
E pior, revelam ter aqueles que sempre temeram.
A efervescência dos primeiros papos que desaparecem depois do esperado encontro ao vivo é um bom sinal.
Você pode ter não curtido, alguma coisa não bateu, não rolou como o esperado. Tudo pode acontecer.
E esse tudo é totalmente compreensível.
Mas esse tudo também não pode ser desculpa para um silêncio só quebrado pela dúvida de quem ficou no vácuo: Fiz algo de errado?
Ora... onde estamos?
Não é dever de satisfação. Mas se o lance chegou num ponto em que o encontro físico era mais que inevitável, era desejado e acordado entre as partes, não fica nem a amizade?
Recuso-me a crer.
Sendo assim, penso que a resposta para a dúvida mencionada acima fica clara. Não, meu amigo! Você não fez nada errado.

A CASA DOS BUDAS DITOSOS

Sensacional este livro do João Ubaldo Ribeiro.
Faz parte da série Plenos Pecados.
A ele, coube relatar a luxúria.
O que fez sabiamente, com ajuda indispensável de uma anônima.
Supostamente uma história verídica, tem me arrancado muitas gargalhadas.
Não gargalhadas bobas, de algo engraçado, mas descartável e de efeito efêmero.
Mas de reconhecer naquelas linhas o lado puramente instintivo do ser humano.
A safadeza desnuda de qualquer idéia púdica.
Assim mesmo, como eu e aposto que você também, gostaríamos de ser. Mas, não conseguimos!
Fica a dica!

A FLAUTA MÁGICA

Encerro a semana com canções que não estão nas rádios.
Aliás, sons primários, na base do "do ré mi"
Vem da casa ao lado.
Os vizinhos voltaram do Sul há pouco tempo.
Ainda não fui me apresentar, mas preciso.
O filho mais velho do casal toca flauta.
As vezes, no começo da noite, ele ensaia.
Meus ouvidos automaticamente grudam na parede.
Apesar de básico, é um som especial.
Achei bacana um cara de quase trinta anos começar a tocar agora.
Mostra que tempo não é tudo.
Gosto e vontade bastam.

Até a próxima

sexta-feira, 15 de junho de 2007

RAZÕES E EMOÇÕES

:::OUVINDO: TUDO É POSSÍVEL / O SURTO:::

http://www.youtube.com/watch?v=gEL18IfBeiU&mode=related&search=

Esse refrão é demais

"Sei que pode ser, tudo é possível
É só você querer, ficar comigo
Que eu posso te esperar, quanto tempo for
Pro resto da vida"

Tudo é possível.
Gosto de pensar assim
Distância?
Diferenças?
Barreiras?
Quero só ver o que é maior que a vontade, o desejo!
Faço minhas as palavras do bolo, vocalista, e do resto da banda: "É só você querer".

Ontem tive uma reunião muito importante.
Apresentação de um projeto de endomarketing.
Algo um pouco complicado para um viajante como eu.
Enfim, topei o desafio.
Deixei meu antigo emprego para tentar.
E foi com essa meta que segui.
Aí você pergunta curioso: "vai dar certo, tio scoobi?"
Eu respondo: "tentei, não é mesmo? Então, já deu!"
Não vou passar, ganhar, enfrentar o que não está destinado a mim.
Isso já me refrigera.
Quando o que tiver de ser meu chegar as minhas mãos, saberei que é a minha vez.

No caminho, notei algo engraçado.
É tão frequente andar em grandes centros que esbarrar em alguem e pedir-lhe desculpas sem uma troca de olhares é totalmente aceitável...
... totalmente bizarro também.
Eu sei, eu sei!
Falar com estranhos é perigoso.
Num país onde se mata por tênis, relógio, nota de 50, isso tem sua base.
Mas acho isso muito infeliz. Dizer que não deveria ser assim é pouco.
É comum.
Mas dou entonação de revolta. Alivia um pouco.
Já parou para pensar que todo mundo com quem você cruza (no bom sentido) tem uma história?
Que é um ser?
Que poderia fazer parte da sua vida?
As pessoas não se olham, tem medo de se tocar, de se conhecer.
É até compreensível, mas não deixa de ser triste.

E POR FALAR EM CONHECER...

Taí algo em que a relatividade pode ser aplicada em potência máxima.
Conhecer é um fenômeno incrível, mas vai além de qualquer explicação plausível.
As vezes você acha que conhece.
As vezes você finge que desconhece.
As vezes você quer muito conhecer, mas não tem oportunidade.
As vezes é melhor a ignorância do que o esclarecimento.
Depende muito de vários fatores.
Por exemplo, tenho um amigo muito, mas muito querido que só conheço virtualmente.
É claro que quero muito vê-lo, trocar idéias ao vivo.
Mas têm sido uma troca de carinho tão intensa, que vai acontecer na hora certa.
Ele sabe que estou aqui para o que precisar.
Também sei que posso contar com ele.
E nossos dias são assim... um detalhe que revela um pouco a cada instante.
Até o dia em que possamos apertar as mãos e dizer com orgulho e alegria: muito prazer!
Me ensinou que não é preciso ver para admirar.
Que ainda existem pessoas genuinamente boas e que podem despertar o seu melhor.

O FUTURO PARA O FUTURO

Até a próxima

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quarta-feira, 13 de junho de 2007

CAPÍTULO 1 - I AM ALIVE

:::OUVINDO: LUXÚRIA - LAMA:::

Quando abri os olhos nesta quarta-feira, senti meu pescoço úmido.
Respiração ofegante, lençol revirado.
Nem me lembrava do último pesadelo, retrato do meu pecado.
Mas ele existiu, aconteceu.
Com a lucidez, acompanhada de um bocejo, veio a memória.
Ela trouxe minha imagem bizarra, nadando em lama e neblina, por isso lembrei dessa música do Luxúria.
Representa bem este novo começo.

Já estive neste universo virtual algumas vezes.
Fiz amizades imensuráveis.
Mas, sabem como é... por um motivo ou outro, a gente se perde.
E já que a reciclagem está na moda, vamos incluir nesta lista palavras, idéias, pessoas.
Voltei.
O velho Scoobi continua aqui, mas o tempo passou... a gente cresce.
Ao menos deveria ser assim.

NÚMERO UM NA FILA DE TRANSPLANTES

Quero trocar de coração.
De mente, de corpo, tenho de dar um jeito.
Será que minha sina é gostar de quem não gosta de mim?
Aí você pensa... que "papinho"!
Mas vamos a uma breve retrospectiva.
Fui apaixonado por meu melhor amigo, que, claro, só conseguia me enxergar como tal (amor platônico... quem não teve?)
Conheci uma pessoa que correspondia meus sentimentos... e de outra também.
O tempo passou e chegou"aquele cara"! De pensar... AGORA VAI!
Mas, novamente, passei tarde, ele já tinha alguem.
Não há como pensar de outra forma.
Ou melhor... há sim?

a) sou muito azarado
b) bebi amarula no cálice sagrado
c) sou um alienígena com cheiro de mata insetos
d) procuro a coisa certa no lugar errado
e) somente as alternativas "a" e "d" estão corretas
f) tá tudo errado

A GOTA QUE CAIU DO CEDRO

Em frente a minha casa tem uma árvore.
Galhos grandes e robustos., que garantem uma sombra bacana.
Num desses dias de clima maluco, esqueci a chave do portão.
Fiquei ali, embaixo dela, banhado por um baita toró.
Poderia ter ficado puto.
Poderia ter jogado meu boné no chão de raiva.
Poderia ter chutado a maledeta grade de ferro que me separava do sofá quentinho.
Seriam reações normais... mas inúteis.
Tem horas que a gente precisa aceitar... simples assim.
E foi o que eu fiz.
Deitei na calçada, e fiquei olhando pra cima
Noooooosssa, lembro-me de ter pensado.
O cedro, que na verdade não é um cedro, mas gosto de pensar que é, tinha uma dimensão diferente daquele ângulo.
A primeira gota caiu no nariz.
A segunda no olho direito, depois na testa... e assim foi.
Foi a melhor visão que tive da vida.
Ali, deitado, sujo e molhado.

X-MEN

É claro que quando eu era pequeno tive uma penca de super heróis favoritos.
Changeman, Jaspion, He-man e outros.
Mas todos aqueles raios cósmicos, monstros incríveis e lutas mirabolantes não eram tão fascinantes quanto o meu pai.
Juro, sem demagogia.
Éramos tão amigos, tão cúmplices.
Tínhamos até o mesmo terno xadrez.
Já quebrei a cabeça para tentar achar o momento em que isso se perdeu.
Não encontro... talvez porque tenha de permanecer perdido.
É impossível que a vida siga quando o passado não passa.
Ainda somos amigos.
Mas a distância é inevitável.
Ainda mais nesta minha condição reclusa.
Com o tempo passamos a ser conhecidos queridos.
Como aquele melhor amigo que, quando cai na sala de aula diferente da sua, parece que lhe arrancaram um fígado.
Você tenta mudar tudo. Questiona, queima roupa íntima na secretaria da escola, faz greve de fome, mas o inevitável acontece.
No ano seguinte, ainda dói, mas você já acostumou.
E com o tempo, infelizmente, vocês passam a ser apenas mais dois rostos nos corredores.
Só quero que ele saiba, de uma forma ou de outra, que eu estou aqui... Sempre.
Ainda quero aquelas viagens... aquelas pescarias, aqueles domingos sem fazer nada em que me ensinava a cantar "O jeep do padre fez um furo no pneu"


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